sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Doce Anonimato

Aaaah os anônimos... Tecem opiniões por tudo, de todas as formas, por vezes especulam e falam o que bem querem sob a proteção do doce anonimato.
Anônimos estão aí por toda parte, pode ser eu, pode ser você, pode ser qualquer um. Muitos dizem que quem não tem nome não existe, não significa nada, no entanto, o anônimo pode despertar curiosidade, perplexidade, angustia de não saber quem é esse covarde que se esconde atrás de uma máscara...
Covarde??? Não seria o pobre vivente apenas tímido(a) ?
Não seria uma pobre alma atormentada pela aflição da possível rejeição segura no aconchegante anonimato?
Pois é, são muitas as questões que podem ser levantadas, mas inicialmente comecei esse texto porque (in)felizmente minha vida anda rodeada dos ditos anônimos e isso às vezes desperta os instintos mais selvagens da minha curiosidade. Nossa, que dramático não?!
Bom voltando parte desse assédio é por conta das redes sociais e como dizem por aí quem tá na chuva é pra se molhar né? Pensa bem, se eu quisesse me isentar dessa onda anônima não participaria de nenhum tipo de rede social.
Eu poderia agora tecer uma crítica do que é ser anônimo, das armadilhas, do ônus e do bônus do mesmo. Poderia fazer uma análise etimológica da palavra anônimo, dizer que é oriunda do grego na grafia ανωνυμία (ué eu agora falo grego?) e que quer dizer “sem nome”.
Mas na realidade estou aqui escrevendo exclusivamente para fazer um apelo:
Querido anônimo, saia do armário eu sou legal, não mordo, ficaria feliz em conhecê-lo. =D
Bem mesmo sabendo que esse meu pedido pode se fazer inútil ainda assim o fiz. Não custa ter esperança

P.s.: De qualquer forma, obrigada pelas palavras gentis (ou não) que por vezes recebo. Obrigada por despender seu tempo lendo meus devaneios e perdoe a impaciência com seu "doce anonimato". 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pois é...

Estava lendo textos por aí e vi como as pessoas gostam de criar S.I.G.L.A.S. para qualquer coisa. Talvez seja para deixar as coisas mais atraentes, interessantes ou como dizem os jovens de agora mais cool. Acho engraçadas certas manias contemporâneas, esses comportamentos “ditos” inovadores que não inovam nada.
Essa rebeldia sem causa, essa onda banalizada, (sim acho muito banal essa falta de objetivos reais) causa em mim certa estranheza isso não faz parte do meu mundo, acho engraçado... Acho mais engraçado ainda quando me pego falando como se não pertencesse há esse tempo. (acho, acho, acho acho.. só sabe escrever isso mulher?) E como diria uma amiga minha (sabiamente por sinal) estou atrás do meu tempo... 
Ai ai, tá sei que agora poucos entenderam, mas perdoem minha momentânea preguiça, não vou explicar!
Putz, às vezes me dou conta de quão velha eu estou. Estou? Sou? Sempre fui? Sempre achei que fui? Dúvidas! São geralmente elas que me diferenciam da maioria. Mas como eu nunca fui mesmo dada à maioria já nem ligo
Talvez minhas convicções sejam mais latentes que as dúvidas. Não sei. Mas que acho engraçado observar o mundo de fora acho mesmo. Como pode? Tanta bobagem, tanto esforço por tão pouco... Perde-se muito tempo com coisas banais, vazias, mas como já disse antes num post desses aí cada um sabe o tamanho de sua dor...  


Nota: achar 
v. tr.
1. Encontrar (procurando ou não).
2. Descobrir, inventar.
3. Ter na conta de.

O Amanhã

Tenho uma amiga que vive brincando de deixar o tempo passar. Amanhã eu faço, amanhã eu ligo, amanhã eu procuro... o amanhã sempre é adiado para o próximo e as coisas simplesmente se vão com o tempo, esse mesmo tempo do amanhã que nunca chega, porque pra ela o hoje é sempre amanhã. 
Não sei se essa atitude é defesa, distração, medo ou desleixo, só sei que o perigo de deixar tanto tempo passar é que infelizmente o tempo não volta, mesmo que a gente queira não volta. O tempo passa, escoa pelas mãos e não volta jamais. Temos poucas chances de fazer a coisa certa, mas se deixarmos sempre para o amanhã podemos perder justamente essa chance.
Sei que pode não fazer muito sentido, mas hoje quando olhei no espelho notei quando tempo tinha passado da ultima vez que me olhei. Vi quanto tempo passou... Naquele momento pude perceber quantos sonhos foram mudados, alguns anulados, outros perdidos pelo caminho, muitos desfeitos, agora já nem sei se eu sonho, já não penso como antes. Não me reconheci na face do espelho e não reconheço, mas os antigos sonhos...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Saudade de Pititinga

Para quem não sabe Pititinga é o nome de um peixe tipicamente nordestino (notem que o tipicamente está quase uma constante) saboroso em sua essência, mas também muito usado por pescadores como isca.



Não eu não estou louca nem virei uma adepta a pesca, na verdade todo esse meu "Q" saudosista não tem nada a ver com o pobre peixinho. A saudade em si é da encantadora e formosa Praia da Pititinga - RN.

E que saudade da Pititinga... Caminhar pelas areias branquinhas da praia, comer peixe fresco, tomar água de coco, ver a lua cheia iluminar a praia à noite, dormir escutando o bailar das ondas... Tomar café da manhã olhando o mar (como diria Dorival: “o mar quando quebra na praia é bonito é bonito...”) escutando os passarinhos cantarem. Deitar na rede, ler um livro, cochilar. Posso ficar aqui listando vários motivos para amar Pititinga. Posso dizer o quanto gosto da calmaria, do ar de maresia noturno, das pessoas e do jeito de “vila de pescadores” (aquelas de novelas praianas). Passaria horas e mesmo assim não conseguiria expressar meu imenso amor por aquele lugar. 
A linda e surpreendente Pititinga é sem dúvida um doce refúgio. Pena que meus avós já não morem mais lá e tão cedo não sei quando voltarei. No entanto, hoje quando me bateu a saudade logo pensei em dividi-la com vocês.
Mesmo não tendo comigo fotos do farol e dos coqueiros a beira mar, tampouco a foto da carcaça do velho navio naufragado, postarei duas fotos que podem dar margem a sua imaginação para quem sabe um dia você sinta vontade de passar por lá.



A Praia de Pititinga, localizada no município de Rio do Fogo,


 formada por uma pequena comunidade de pescadores


 e distante 55 Km de Natal - RN.



" O pescador tem dois amor, um bem na 
terra, um bem no mar..."


Dorival Caymmi

A Raiva e Eu

Quando ia a PITITINGA-RN visitar meus avós, minha querida vozinha sempre me recebia com um pote de RAIVA, sim RAIVA... Calma, calma, não é aquela raiva que todos conhecemos, raiva é o nome de um biscoito de polvilho tipicamente nordestino, delicioso por sinal. Confesso que por muito tempo relutei em acreditar que o nome de tamanha gostosura era realmente Raiva, mas não é que era mesmo? Dizem que o nome se dá porque nunca conseguimos comer apenas um e isso dá uma baita raiva, não é mesmo? E para os curiosos e gulosos como eu abaixo uma receitinha que descolei para produzir minha própria raiva... Hahahaha.



Ingredientes  1 kg de goma de mandioca (polvilho azedo)
1/2 kg de açúcar
250 g de manteiga
1 xícara (chá) de leite de coco fresco
4 gemas
1 pitada de sal
margarina e farinha de trigo para untar

Como fazer 
Bata a manteiga com o açúcar num recipiente. Depois, junte as gemas e continue batendo para a mistura ficar bem lisa. Aos poucos, acrescente a goma e o leite de coco e mexa a massa com as mãos. Faça bolinhas e pressione, de leve, o garfo sobre elas apenas para enfeitar. Transfira as raivinhas para uma forma untada com margarina e farinha de trigo. Asse em forno médio (180°C) por 20 minutos ou até ficarem douradas.



Hmmm, delícia! =D

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Confiança

Já não sei mais no que confio nem se confio. De repente e não mais que de repente me vi descrente. E de tantas coisas, dês das sérias até as menos importantes. Mas assim descrente.. Em algum lugar ficou a fé, a confiança, e a crença.. Em um mundo que não mais me pertence, um paralelo de mim mesma. Aqui reside um vazio, inexorável e latente, algo que surge de repente e se instala no peito. Buraco negro de lembranças mortas, saudades tortas e um quê de solidão.  Segue próxima a decepção gerada por ondas de expectativas, mesmo sabendo que não se pode esperar nada em troca. A doação sempre se torna difícil quando por vezes aponta uma esperança de ser agraciada. E por fim, um desejo absoluto de ter nem que seja por uma fração de segundo o que não se tem. Uma agonia insistente de querer o que não se pode. Fica então o vazio (aquele do inicio), um silêncio e o resto de uma saudade.