A casca...

Sou assim, constituída de carne e osso. Sou frágil, mas não fraca. Sou romântica e sonhadora apesar da casca. No entanto, não posso ser considerada um lugar seguro. Sou feito areia movediça, me moldo, me transformo à medida que o vento sopra. Não confunda mutação com vulnerabilidade, sou firme em minhas convicções, leal aos meus princípios. Procuro ser o mais justa o possível, não cabe a eu julgar. Minha ousadia é mero reflexo da minha timidez. Sim sou extremamente tímida, mas disfarço com sorrisos. E às vezes é muito mais fácil fingir que não sinto nada, por que só assim me protejo. Cansei de rótulos, isso definitivamente é a coisa que me deixa mais triste, já recebi diversos deles. O mais engraçado e que logo após a convivência sempre escuto “você não é nada daquilo que eu imaginava”, sempre me pergunto o quanto isso tem de bom ou de ruim. Pareço destemida e audaciosa, mas tenho muito medo. Só que isso não me impede de fazer as coisas. Funciona assim: tenho um medo e luto contra ele, vou até o limite dele. Isso serve também para os meus defeitos, vou contra eles com toda força e determinação que posso ter. Sou de fato alguém muito determinada. Sou extremamente intensa, quando gosto é com todos os meus poros, quando não, procuro nem pensar. Não guardo rancores, e as mágoas ficam trancadas em gavetinhas secretas (essas são mais difíceis de eliminar), procuro sempre o lado bom das coisas. Tento aprender com as pessoas, com as situações. Observo! Observo tudo! Gestos, ações, palavras, situações, comportamentos, reações. Aprendo! Silencio, e acredite, o meu silêncio quer dizer muitas coisas.