É genuíno, mas ao mesmo tempo quando paro para pensar escorrem milhões de palavras. Algo que não adianta refletir nem ponderar, nada consegue tornar razoável. De fato ele não é algo razoável. Ele se planta na mente e enraíza no coração. É uma explosão de sentimentos confusos, nunca antes vividos, nunca antes sentidos. Algo que não se sabe onde começa, nem tampouco onde termina. Surge como se nada fosse, de mansinho, vagarosamente como brisa leve numa tarde de verão que paira no rosto. As palavras dimanam da mente como se fugissem de uma sentença permanente e inevitável.
Ah o AMOR... Palavrinha temida e evitada por muitos que tem medo de se entregar ao coração enamorado. AMOR sujeito desordeiro que invade e se desenha de diversas maneiras, tal qual um script de um filme. O AMOR sujeito intrépido, que pode se mostrar encantado e belo, no entanto se não correspondido se transforma em dor. Apresenta-se sob signos distintos e características singulares, podendo ser doce e amargo, ser quente e gelado (tão gelado que queima a alma. Sim, ele queima.), seco e úmido. Ele pode ser desesperador, desapontador, pois quem ama só quer ser amado e quando isso não ocorre tudo perde a graça, o viço, tudo fica nublado.
No meu caso, por inúmeras vezes ardeu em silêncio quase como se por mim sepultado. Hoje sinto dor, em lugares que se quer sabia que existiam, dores profundas – amargas... Mas, quando o conheci, ELE foi doce e perfumado também, foi brilho, carinho, ternura. É só fechar os olhos para lembrar o coração que pula, as mãos que gelam, a boca que seca, o corpo que treme. E o meu coração... O meu coração ainda pula só de ler o nome dele (só de ouvi-lo pronunciado). O corpo todo arrepia e meus pensamentos deslizam nas lembranças bailando como se estivessem em festa. Meus lábios sorriem imaginando os dele e o seu perfume surge inebriante quase como ópio me inundando de desejo.
Gostaria de conseguir lhe dizer que sinto sua falta e que ele é importante pra mim, que ao seu lado meu mundo se enche de felicidade e minha alma é tomada de uma paz jamais alcançada. Gostaria de ter coragem para lhe dizer, lhe confessar o quanto preciso de dele e como tudo ficou mais bonito depois que os meus olhos cruzaram com os dele pela primeira vez. Gostaria de lhe dizer o quanto sou melhor depois que o conheci e que por ele tenho vontade de ser mais e mais. Gostaria de lhe dizer que há tempos não sabia o que era ser feliz e que mesmo não sendo muito se fez eterno aqui dentro, que jamais esquecerei.
Que mesmo agora distante esse algo que se confunde com minhas certezas incertas é de longe o mais incrível, inevitável, inigualável, irretocável, sentimento sem nome que por ora batizei de AMOR. Pois nem que eu fizesse uso de todas as palavras que possa alcançar jamais saberei nomear.